quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ainda há quem aposte no impresso... Outros não!

Bem, hoje dou-vos a conhecer duas apostas diferentes: o site da Revista Vidas (a versão impressa está incluída no Correio da Manhã aos sábados) e a nova revista ‘Cuore’ que saiu hoje para as bancas com um preço de cinquenta cêntimos. A primeira aposta no jornalismo digital; a segunda prefere a versão impressa. Qual durará mais tempo?
Ambas as edições tratam os mesmos temas: vida dos famosos internacionais e nacionais, temas cor-de-rosa, moda, beleza aliados à actualidade. Enquanto a revista Vidas possui as duas vertentes (online e papel), a revista Cuore prefere, pelo menos para já, apostar somente no papel…
Qual das duas apostas terá mais sucesso? A digital ou a impressa?
Será agora um bom momento para apostar numa edição impressa de uma revista mesmo que seja por apenas 50 cêntimos?

Depois de andar há umas semanas a pensar neste assunto e a escrever sobre ele, creio que esta não seria uma boa altura para criar uma edição impressa de uma revista ou jornal. Independentemente do dinheiro que tivesse para investir na criação de uma revista ou de um jornal, dos temas que iria tratar, do género de jornalismo que iria praticar e do público que me iria dirigir, penso que é um risco criar agora um jornal impresso.

É verdade que o preço baixo é uma boa aposta para valorizar/ tentar vender um jornal. Mas, creio que o preço não será o que atrairá as pessoas para comprarem o jornal, mas sim a curiosidade para verem algo novo no jornalismo. Contudo, satisfeita a curiosidade registar-se-iam baixas nas vendas. Por exemplo, 50 cêntimos pagos todos os dias por um jornal impresso teria que ser um jornal que valesse pelo seu conteúdo e aí sim valeria o dinheiro investido nele. Mas, as pessoas gostam das coisas enquanto são novidade, porque depois pensam que está disponível na Internet aquilo que têm num jornal impresso ou até têm mais variedade do mesmo tema na Internet do que num jornal em papel. Depois há outra vantagem é que posso guardar os artigos da Internet no computador, sem correr o risco de me ocuparem espaço em casa, de serem considerados “tralha”. É mais fácil guardar um artigo digital que não ocupa espaço em casa nem custa dinheiro do que guardar todos os artigos em papel que me custam dinheiro e que enchem a casa. Um dia que se queira apaga-se do computador, e um jornal em papel deita-se fora, mas há a sensação de que com aquele jornal foi também deitado para o lixo o dinheiro que se investiu no jornal.
Por isso, os gratuitos são uma boa aposta: criam hábitos de leitura a quem não os tinha, não custam dinheiro e retratam os temas de forma breve e sem profundidade.

Será que devemos apostar mais nos jornais de papel gratuitos e no jornalismo online?
Também penso que não será a solução, porque é necessário para as pessoas lerem os chamados jornais de referência. Há pessoas que compram todos os dias este tipo de jornais e sentem que é dinheiro bem gasto pelo conteúdo do jornal.

Há tantas coisas inerentes à criação de um jornal de papel diário… Tem-se que considerar vários factores: situação económica que possuímos, géneros jornalísticos que queremos incidir com mais profundidade, temas que desejamos tratar, críticos e escritores de artigos de opinião que devemos contratar, que jornalistas especializados temos que possuir, que tipo de público queremos abranger, tratamentos de imagem e design que teremos que apostar… Encontrar, acima de tudo, formas que rasguem o panorama habitual dos jornais diários da imprensa portuguesa e conseguir valorizar o jornal e o seu conteúdo para que este não seja só uma aposta dos leitores enquanto é novidade, mas sim que perdure durante largos anos.

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